Nunca fui "a senhorita prendada" na cozinha. Eu sempre me virava com o básico. Beeem básico.

Primeiro surgiu o interesse pela confeitaria artística, depois um interesse maior pela culinária em geral. Devagarinho esse interesse está crescendo e se solidificando, por isso decidi aprender mais sobre cozinha. Comprei alguns livros de culinária interessantes, dentre eles um de nome bem curioso: "O que Einstein disse a seu cozinheiro".

Não é um livro de culinária comum, do tipo que só traz receitas e técnicas. Na verdade se trata de uma coletânea de perguntas e respostas que surgiu da coluna "Food 101" (The Whashington Post), escrita por Robert L. Wolke. Ele é um químico que decidiu explicar, de um jeito acessível, alguns princípios científicos que regem essa arte. Mas durante a leitura aparecem algumas receitas, sim. =)

O que Einstein Disse a seu Cozinheiro - resenha

Os temas são variados: sal, açúcar, gordura, equipamentos, etc. E aparecem algumas perguntas bem pertinentes à confeitaria, como:
-"Por que uma receita recomenda manteiga sem sal e depois manda acrescentar sal?"
-"Algumas receitas pedem bicarbonato de sódio, algumas pedem fermento em pó e outras pedem os dois. Qual a diferença?"

É uma leitura leve, divertida e muito empolgante para quem se interessa por culinária. Em alguns momentos o texto fica um pouco denso, falando de átomos e coisas assim, mas com um pouquinho de esforço e atenção você consegue passar por essas partes e absorver muito conhecimento.
Já o tal do Einstein.... não aparece muito no livro. Ele é citado uma vez, mas não posso dizer que seja uma passagem importante (como o título sugere). Mas é bem possível que ele diria essas coisas a seu cozinheiro...

Como se trata de tradução de livro técnico, há alguns pontos em que o leitor tem que estar atento para não se confundir. O autor cita instituições como a FDA (Food and Drug Administration), que é semelhante à nossa ANVISA (aqui no Brasil). Regras da legislação americana são citadas livremente sem notas do tradutor, o que não quer dizer que aqui elas sejam exatamente iguais.  Parece haver alguns probleminhas de tradução também: na parte em que aparecem diferentes tipos de açúcar, ele diz  que o açúcar de confeiteiro tem cerca de 3% de amido de milho... Mas essa é a composição do nosso querido açúcar impalpável, tão usado na confeitaria artística! Fica a dica para a editora Zahar: contratem uma revisão técnica culinária para lapidar a tradução e trazer notas que adaptem o conteúdo ao contexto brasileiro. Fico na torcida, pois uma obra agradável e interessante assim merece esse plus! ;)


2 Comentários

  1. Muito legal. Concordo contigo, uma tradução defeituosa deixa a gente com mau sabor de boca. Você deveria enviar uma notinha para a editora. Isso lhes faria ver que os leitores sim prestam atenção nesses detalhes. Beijos

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